Receber o diagnóstico de autismo para um filho, irmão ou neto é o início de uma jornada de cuidado, adaptação e muitas dúvidas. Uma delas costuma surgir com urgência: a criança ou pessoa com autismo tem direito ao loas autismo? a criança ou pessoa com autismo tem direito ao Loas?
A resposta é: sim, em muitos casos. Mas o caminho até a concessão do benefício pode ser mais difícil do que parece. Neste artigo, você vai entender como funciona o Loas para pessoas com autismo, quais os critérios exigidos, como reunir a documentação correta e o que fazer se o pedido for negado pelo INSS.
O que é o Loas e quem pode receber?
O Loas (Lei Orgânica da Assistência Social) é o nome popular do BPC – Benefício de Prestação Continuada, previsto na Constituição Federal e regulamentado pela Lei nº 8.742/1993 (LOAS). Trata-se de um benefício assistencial, e não de uma aposentadoria.
Ele garante um salário mínimo por mês para pessoas com deficiência ou idosos acima de 65 anos que comprovem não possuir meios de prover a própria subsistência, nem tê-la provida por sua família.
No caso de crianças e adultos com Transtorno do Espectro Autista (TEA), o INSS reconhece o direito ao Loas desde que os requisitos sejam cumpridos.
Autismo dá direito ao Loas?
Sim. O autismo é reconhecido como deficiência para fins de concessão do Loas, conforme a Lei 12.764/2012. No entanto, o INSS faz uma análise criteriosa da condição clínica e da situação socioeconômica da família.
Portanto, ter o diagnóstico de TEA não é suficiente por si só. É necessário comprovar que a pessoa com autismo precisa de acompanhamento contínuo e que a renda familiar está dentro dos limites estabelecidos.
Qual a renda mínima para ter direito ao Loas?
Para o INSS conceder o Loas, a regra é que a renda por pessoa da família seja de, no máximo, um quarto do salário mínimo. Em 2024, isso equivale a aproximadamente R$ 353 por pessoa. Ou seja, se a família tem quatro pessoas, a renda total não pode ultrapassar cerca de R$ 1.412, que é o salário mínimo atual.
Mas atenção: esse valor não é uma regra rígida. O STF (Supremo Tribunal Federal) já decidiu que, em alguns casos, mesmo quem ganha um pouco mais pode ter direito ao benefício. Isso acontece, por exemplo, quando a família tem muitos gastos com terapias, alimentação especial, medicamentos ou outras necessidades do autista. Ou seja, se a renda parece maior no papel, mas na prática a família vive com dificuldades, o direito pode ser reconhecido.
Por isso, é fundamental apresentar documentos que demonstrem a realidade da família e os custos do tratamento do autista.
Quem recebe Bolsa Família pode pedir o Loas para autismo?
Sim. O fato de a família receber o Bolsa Família não impede a solicitação do Loas para uma pessoa com autismo. Os dois benefícios têm finalidades diferentes e podem ser acumulados, desde que os requisitos sejam cumpridos.
O Bolsa Família é um programa de transferência de renda para famílias em situação de pobreza, enquanto o Loas é um benefício assistencial voltado a pessoas com deficiência ou idosos que não possuem meios de se sustentar.
Se o Loas for concedido, o valor do benefício será considerado na composição da renda familiar e isso pode impactar o cálculo do Bolsa Família para os demais membros da casa. Por isso, após a concessão, é importante atualizar o CadÚnico para evitar cortes indevidos ou ajustes incorretos nos valores recebidos.
Quais documentos são exigidos para solicitar o Loas autismo?
Ter a documentação correta desde o início pode evitar negativas e atrasos. Veja o que normalmente é exigido:
- Laudo médico detalhado sobre o autismo (com CID e descrição funcional);
- Relatórios de psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos ou outros profissionais que acompanham a criança ou adulto;
- Comprovante de renda de todos os membros da família;
- Comprovante de residência;
- Documentos pessoais do beneficiário e do representante legal;
- Declaração de matrícula escolar (quando for criança ou adolescente);
- Despesas com tratamentos, medicamentos, terapias e alimentação especial.
Além disso, é obrigatório estar inscrito e com o CadÚnico atualizado.
O que fazer se o Loas for negado para pessoa com autismo?
Infelizmente, muitos pedidos são indeferidos mesmo quando a criança ou adulto com autismo tem direito. Isso ocorre por falta de documentação adequada, erro na perícia social ou avaliação técnica superficial.
Nesses casos, é comum que o INSS mantenha a negativa mesmo em novas tentativas administrativas. Ou seja, refazer o pedido por conta própria raramente gera um resultado diferente.
Por isso, o caminho mais seguro costuma ser buscar orientação jurídica e entrar com uma ação judicial. Na Justiça, o caso pode ser analisado com mais profundidade, levando em conta as particularidades da família e os documentos que comprovam a necessidade do benefício.
A Justiça tem reconhecido o direito ao Loas em centenas de casos de autismo, principalmente quando há comprovação de necessidade real e acompanhamento terapêutico frequente.
Qual o valor para entrar com ação do Loas para autismo?
Essa é uma dúvida comum entre famílias que estão pensando em judicializar o pedido do Loas. A verdade é que não existe um valor fixo, pois tudo depende da complexidade do caso, da urgência envolvida e da estratégia jurídica necessária.
No Escritório Klícia Garcia, cada situação é avaliada individualmente. Por isso, se você deseja saber os valores e possibilidades para o seu caso, entre em contato diretamente com nossa equipe. Assim, podemos fornecer as informações corretas com base na sua realidade, com clareza e total transparência.
Quanto tempo leva para sair o Loas para autismo?
O tempo do processo pode variar bastante, especialmente quando é necessário entrar com ação judicial. Em geral, o processo pode levar entre 1 e 2 anos, dependendo da vara, da cidade e da complexidade do caso. Embora algumas decisões saiam mais rapidamente, é importante estar preparado para essa possível espera.
Mas há um ponto importante: se o benefício for concedido, o INSS deve pagar os valores retroativos desde a data do primeiro requerimento. Isso significa que, mesmo que demore, o tempo de espera será compensado.
Exemplo prático: uma família deu entrada no pedido em fevereiro de 2023 e só conseguiu a aprovação judicial em abril de 2024, ou seja, após 14 meses. Como o salário mínimo atual é de R$ 1.412, o valor acumulado nesse período seria de aproximadamente R$ 19.768, além da correção monetária. Isso significa que, mesmo com a demora, a família receberá tudo o que deixou de ganhar desde o início do processo.
Por isso, mesmo que o processo pareça demorado, vale a pena lutar pelo direito, pois o impacto financeiro e social é significativo para a família.
Como um advogado pode ajudar no pedido do Loas para autismo?
Um advogado especializado pode:
- Orientar na organização da documentação completa;
- Acompanhar o pedido junto ao INSS;
- Preparar a família para a perícia médica e social;
- Entrar com recurso ou ação judicial em caso de negativa indevida.
Além disso, o atendimento pode ser 100% online, com envio digital de documentos e assinatura eletrônica com validade jurídica.
Atendimento online: o apoio jurídico certo onde você estiver
Muitas famílias que precisam entrar com ação para garantir o Loas têm dúvidas se o advogado precisa estar na mesma cidade ou estado. A resposta é: não precisa.
O Escritório Klícia Garcia atua com estrutura 100% digital, o que permite atender famílias em qualquer lugar do Brasil. Todo o processo pode ser feito à distância, com envio de documentos por e-mail ou WhatsApp, assinatura digital com validade jurídica e acompanhamento próximo, mesmo fora dos grandes centros urbanos.
Se você precisa de orientação, mas está longe, saiba que isso não é um impedimento. O atendimento jurídico online garante segurança, praticidade e acesso ao seu direito, independentemente da cidade onde você mora.
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Conclusão: não desista do direito ao Loas para autismo
Ter o pedido negado não significa que o direito não existe. Muitas famílias conseguem o benefício após orientação técnica adequada e acompanhamento jurídico.
Se você tem dúvidas, está com dificuldade para reunir os documentos ou já recebeu uma negativa do INSS, fale com nosso escritório agora. Vamos analisar o seu caso com cuidado, acolhimento e estratégia jurídica para garantir o melhor caminho.