Olaparibe e plano de saúde: como garantir acesso ao medicamento de alto custo

Home / Medicamentos de Alto Custo / Olaparibe e plano de saúde: como garantir acesso ao medicamento de alto custo
A negativa de fornecimento do medicamento (Olaparibe) pelo plano de saúde pode ser abusiva, cabendo uma ação judicial para ter acesso ao medicamento.
Pacientes podem conseguir Olaparibe na Justiça quando há negativa do plano de saúde. Fonte: Freepick

Menu do Conteúdo

Seu tratamento foi negado pelo plano de saúde ou SUS?

Analisamos sua negativa imediatamente e mostramos como solicitar o tratamento sem demora.

Saiba como obter Olaparibe pelo plano de saúde, preço atualizado, direitos do paciente e decisões judiciais que garantem o tratamento.

O que é o Olaparibe e por que ele é tão importante?

Receber o diagnóstico de um câncer agressivo muda completamente a vida do paciente e da família.

Além do impacto emocional, surgem dúvidas urgentes sobre o tratamento e os custos envolvidos.

Entre as opções indicadas pelos médicos está o Olaparibe, um medicamento oral utilizado no tratamento de câncer de ovário, mama, pâncreas e próstata, especialmente em pacientes com mutações nos genes BRCA1 e BRCA2.

Ele atua como inibidor da enzima PARP, impedindo a reparação das células tumorais e contribuindo para o controle da doença.

Trata-se de uma terapia inovadora, aprovada pela ANVISA, que oferece novas chances de resposta em casos graves.

Apesar de sua importância, o Olaparibe é considerado um medicamento de alto custo, o que faz com que muitos planos de saúde negem a cobertura obrigatória, mesmo diante de prescrição médica.

Qual é o preço do Olaparibe no Brasil?

O preço do Olaparibe varia conforme a dosagem e a quantidade de comprimidos. Em média, uma caixa pode custar entre R$ 13.000,00 e R$ 33.000,00.

Como o tratamento costuma ser prolongado, o custo total pode ultrapassar R$ 100 mil ao ano. Para a maioria das famílias, esse valor é inviável sem o apoio do plano de saúde ou uma decisão judicial.

Essa situação explica por que tantos pacientes precisam recorrer a advogados para garantir seus direitos de acesso ao tratamento oncológico.

Plano de saúde cobre Olaparibe?

O que a bula do Olaparibe realmente indica?

O Olaparibe (Lynparza) tem suas indicações formais descritas na bula aprovada pela Anvisa, que delimita para quais situações o medicamento foi oficialmente reconhecido. Entre elas estão:

  • Tratamento de câncer de ovário de alto grau associado a mutação BRCA;
  • Casos de carcinoma de ovário seroso ou endometrioide recidivado, também de alto grau;
  • Carcinoma epitelial avançado de ovário, incluindo trompa de Falópio ou peritônio primário;
  • Câncer de mama metastático HER2 negativo, em pacientes com mutação germinativa BRCA;
  • Câncer de próstata metastático resistente à castração, com mutação BRCA1/2;
  • Adenocarcinoma de pâncreas metastático com mutação germinativa BRCA.

Essas são as condições listadas na bula, mas isso não significa que o medicamento não possa ser utilizado em outras situações clínicas.

Quando prescrito fora dessas indicações, fala-se em uso off label.

Em oncologia, essa prática é comum, já que muitas descobertas científicas sobre a eficácia de determinados medicamentos surgem antes de a bula ser atualizada.

Assim, se o médico indica o Olaparibe para um caso de colangiocarcinoma, por exemplo, a prescrição é considerada fora da bula, mas pode estar totalmente respaldada por evidências científicas.

Nesse cenário, mesmo que o plano de saúde alegue ausência de previsão em bula, o direito do paciente deve ser respeitado.

A Justiça tem reconhecido que, quando há fundamentação técnica e respaldo médico, o tratamento deve ser fornecido, pois a prioridade é garantir a vida e a saúde do paciente.

Por que o plano de saúde costuma negar o Olaparibe?

Infelizmente, a negativa de medicamentos oncológicos ainda é comum no Brasil. No caso do Olaparibe, as operadoras de saúde costumam alegar:

  • Que o medicamento não consta no contrato do paciente.
  • Que o uso é off label (fora da bula).
  • Que o Olaparibe não está incluído no rol da ANS.
  • Que o custo elevado inviabiliza a cobertura.

Mesmo assim, essas justificativas não são suficientes para afastar a obrigação. O STJ já decidiu que o rol da ANS não é taxativo, ou seja, não limita os direitos do paciente quando há prescrição médica fundamentada.

Saiba mais: rol da ANS não é taxativo

A Lei 14.454/2022 e a proteção do paciente

A Lei 14.454/2022 trouxe ainda mais segurança para pacientes que enfrentam negativas.

Essa lei determina que, mesmo quando um medicamento não está no rol da ANS, ele deve ser fornecido se:

  • Possuir comprovação científica de eficácia.
  • Estiver registrado na ANVISA.
  • Contar com recomendação de órgãos técnicos nacionais ou internacionais.

O Olaparibe atende a todos esses requisitos, o que reforça sua cobertura obrigatória pelos planos de saúde.

O que dizem os tribunais sobre o Olaparibe?

A Justiça brasileira tem se posicionado de forma clara em favor dos pacientes. Decisões recentes confirmam que:

  • O rol da ANS não pode ser usado como desculpa para negar tratamento.
  • O médico assistente é quem define o medicamento adequado, não o plano.
  • O preço elevado não pode impedir o paciente de receber o que precisa.
  • Em casos urgentes, a liberação deve ocorrer rapidamente, muitas vezes por meio de liminar.

Uso off label do Olaparibe: pode gerar negativa?

O uso off label significa que o medicamento é prescrito em condição não descrita na bula. Esse tipo de prescrição é comum em oncologia, pois a ciência evolui rápido e novas evidências surgem antes de a bula ser atualizada.

Planos de saúde tentam usar esse argumento para negar cobertura.

Mas a Justiça entende que, em situações graves, a decisão do médico deve prevalecer.

Leia também: medicamento off label na Justiça

Como conseguir Olaparibe pela Justiça?

Como solicitar Olaparibe pelo plano de saúde.

Se o plano recusar o fornecimento, o paciente pode ingressar com ação judicial. O processo geralmente exige:

  1. Relatório médico detalhado com diagnóstico (CID) e justificativa da urgência.
  2. Prescrição atualizada indicando o Olaparibe.
  3. Negativa formal do plano, de preferência por escrito.
  4. Documentos pessoais e comprovante de residência.
  5. Carteirinha e contrato do plano de saúde.
  6. Comprovantes de pagamento recentes.

Com esses documentos, o advogado pode pedir uma liminar, que costuma ser concedida em poucos dias, garantindo a continuidade do tratamento.

Conheça nosso modelo de atendimento jurídico online

É possível conseguir Olaparibe pelo SUS?

O SUS oferece diversos medicamentos oncológicos, mas o Olaparibe ainda não está amplamente disponível na rede pública.

Existem casos em que pacientes conseguiram acesso por meio de ação judicial contra o Estado. No entanto, para quem possui plano de saúde, o caminho mais rápido costuma ser a ação contra a operadora, que já possui a obrigação contratual de fornecer o tratamento.

Perguntas frequentes (FAQ)

O plano de saúde é obrigado a cobrir Olaparibe?

Sim, quando há prescrição médica fundamentada e cobertura para a doença, a Justiça tem reconhecido esse direito.

Quanto custa o tratamento com Olaparibe?

O valor varia de R$ 13 mil a R$ 33 mil por caixa, podendo ultrapassar R$ 100 mil ao ano.

Posso conseguir Olaparibe pelo SUS?

O fornecimento ainda não é amplo, mas pode ser solicitado judicialmente em casos específicos.

A negativa por uso off label é válida?

Não. A jurisprudência entende que o médico é quem define o tratamento adequado.

Quanto tempo demora para conseguir uma liminar?

Em casos urgentes, a decisão pode sair em poucos dias, obrigando o plano a fornecer o medicamento.

Conclusão

Negativas de cobertura do Olaparibe são comuns, mas não definitivas. A Justiça brasileira tem garantido aos pacientes o acesso ao medicamento de alto custo quando há prescrição fundamentada.

Com o apoio de uma advogada especialista em Direito da Saúde, é possível ingressar com ação judicial e obter uma liminar rápida, garantindo o tratamento sem atrasos que possam comprometer a vida do paciente.

Se você ou um familiar recebeu a negativa do plano, entre em contato com nossa equipe.

O atendimento é 100% digital e válido em todo o Brasil.

Compartilhe esse post com quem precisa:


Dra. Klícia Garcia

Advogada registrada sob OAB/MG nº. 101.367. Com mais de 20 anos de experiência.
Pós-Graduada em Direito Médico, Odontológico e da Saúde pelo Instituto Paulista de Estudos Bioéticos e Jurídicos-IPEBJ.